sábado, dezembro 03, 2005

Foi difícil chegar até aqui. O servidor silenciou o Cáubói durante uma semana. Infelizmente essa semana já passou desde a actuação de Feromona no Lisboa Bar. O que se passará a seguir é um Comentário Livre das impressões de um cáubói. É díficil falar sobre o que se viu através de um enquadramento três por quatro sem que algumas cenas sejam imaginadas...

INT. NOITE.LISBOA BAR. 25 de NOVEMBRO

Entro no Lisboa Bar, desvio-me da rotina para ver pela primeira vez a Feromona ao vivo. Desço umas escadas iluminadas por pequenas velas até à cave. Lá em baixo um grande cartaz prenuncia um acontecimento invulgar: É um grande plano das três faces dos músicos. Há uma bateria, amplificadores, cabos e aquelas coisas de bandas. Estava tudo demasiado vazio. Iluminava-se o bar na tentativa de filmar o concerto.

Vinte minutos depois chega a banda. Nervosos, um pouco acelerados. Pouco a pouco a cave fica composta por conhecidos, desconhecidos e curiosos. Os músicos tomam os seus lugares. O concerto começa. E assim como quem não quer a coisa, a música toma conta dos espectadores. Lentamente. O público rende-se. Por esta altura, já eu tirei o chapéu de caúbói por admiração aos senhores músicos. É um bom concerto, descontraído, escuto com um sorriso o que conheço da Feromona – a aventura d’ O Paquiderme Magrinho, a homenagem a Steve Mcqueen no Mustang, o inebriamento de Vodka, e a gentileza do Conto Infantil - e o que não se conhece de certeza que não fica atrás.

Mais para o final, no que o vocalista anunciava como a última música acontece o inesperado, é uma música enguiçada, e de um momento para o outro temos a sensação de estar dentro da sala de ensaios da banda. Mas não faz mal, O Baixista Famoso explica a situação e faz macacadas. O público ri-se, está ao rubro e não deixa a banda sair do palco: Toca o set todo outra vez! Toca a outra! Toca aquela! E eles, que remédio, tocam uma, a outra, e aquela outra vez. Fica tudo feliz e contente, e não há razão para menos!

O que aconteceu a seguir fica para os que lá estiveram: a euforia adjacente a uma noite feliz para o rock português, a estranheza do revivalismo musical da década de oitenta e o Carlos Paião seguido de Feromona a finalizar o dancing…Espera-se o próximo.
Eu gostei.


Saudações do Cáubói

8 Comments:

At 5:51 da tarde, Blogger B disse...

Macacadas?!?
Éh!

 
At 2:18 da tarde, Blogger Diego Armés disse...

:) Macacadas... cool.

 
At 2:30 da tarde, Blogger joana disse...

Foi, não foi?
Mas no dancing houve pior....

 
At 2:56 da tarde, Blogger B disse...

No dia seguinte tive pena de não ter estado lá mais um bocado.
Devo dizer que foi uma noite um bocado surreal.
Como se já não bastasse o belo estado copofónico em que saí do LxBar, chegado ao restaurã da minha mãe para largar o PA e demais material, achei que devia recompensar o David (e os outros que lá estavam à espera para ajudar a descarregar) com shots de vodka.
Foi por isso que não voltei para lá. Não deu.
Que se passou no dancing?
Ouvi dizer que foi o público mais mal comportado que por lá passou..

 
At 3:31 da tarde, Blogger Diego Armés disse...

Preferia não falar do "público"... prefiro sempre dizer "assistência", é-me menos austero. Chamem-lhe doença profissional, se quiserem.

Quanto ao dancing: surreal é diminutivo. Só para dar umas luzes a este magnífico povo auditivo: para além do já referido Carlos Paião, fizeram balançar o pezinho a Cândida Branca Flor (ó, minha diva, por que partiste tu?...) e uns quantos outros sucessos do (saudoso) festival RTP da Canção, com composições frequentes daquele "maestro" estrangeiro que às tantas já era português - acho que é o Mike Sargeant - e letras ainda mais assíduas da Rosa Lobato Faria. Perdão, De Faria(terei ouvido uma Dora "não sejas mau para mim" lá pelo meio ou isto já sou eu a alucinar?). Só faltou o Eládio Clímaco e a Serenela Andrade, com um decote generoso (a Serenela; o Eládio usa outros atributos e artefactos para seduzir os homens).

A fechar, um Mustang bem aviado rematou com prego a fundo aquilo que no fundo já tinha batido. É a chamada "escavação deliberada". Mas eu gostei. Talvez as 18 imperiais tenham dado uma achega ao estado impávido e generoso com que encarei a situação. Mas o certo é que gostei.

 
At 3:33 da tarde, Blogger Diego Armés disse...

Ah, não! O maestro é o Thilo Krasman! Que Deus o tenha...(Guitarrista autoflagela-se neste preciso instante. Aliás, até tem dificuldados em teclar...)

 
At 1:37 da manhã, Blogger joana disse...

Até houve quem cantasse em duo e falsete o Pó de Arroz do Carlos Paião contra uma ventoinha para obter um efeito de vibrato...

 
At 1:52 da tarde, Blogger Diego Armés disse...

Essa imagem não me é estranha... Mas garanto que o vibrato resulta melhor se se cantar a partir das traseiras da ventoinha, isto é, projectando a voz na direcção em que o ar se vai deslocar. Contra a ventoinha faz um efeito um bocado absurdo. Para não dizer nulo. Mas lá que fez algum cagaçal, fez. Objectivo cumprido, suponho.

 

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