terça-feira, janeiro 31, 2006




Na semana passada assisti, por sorte, a uma reposição na RTP Memória de um "raios e coriscos" de 1992. O tema era provocação e juntava Adolfo Luxúria Canibal, Vera Lagoa, Paulinho Portas, Zita Seabra, Manuela Moura Guedes (que apresentava), Herman José, Vasco Pulido Valente e um publicitário cujo nome me escapa. Estava com um amigo e rimo-nos às gargalhadas. Portas enchia baldes com conversa de merda chegando a dizer que era uma vergonha fazer parte de um governo de um partido que não fosse o seu, num de muitos ataques a Zita por, depois ter saído do PCP, aceitar ser nomeada para directora do ipaca, por Cavaco. Todos partiram a cabeça à "coitadinha" da Zita Seabra. Vasco Pulido Valente carregava uma "cadela" monumental mas tudo o que dizia fazia mais sentido do que o discurso dos outros. Cascava-se em Cavaco, então 1ºministro. A gritaria às tantas lembra um qualquer tasco mal frequentado do bairro alto no final do Benfica-Sporting. Um belo momento televisivo e quem na RTP M se lembrou de o desenterrar nesta altura do campeonato, já bebia umas à pala.


Fui-me deitar com uma moca gigante depois de dois charros directos do afeganistão. Começei a sentir um frio terrível, tremia por todos os lados e achava que era do afegão. Depois percebi que estava a ficar fortemente doente. Levantei-me, vesti-me, acrescentei um cobertor à cama e deitei-me assim tal era o frio. Carregei nos remédios.


Começei a delirar. Durante duas horas tremia de frio e sem conseguir dormir só imaginava uma coisa:enormes cartazes de Cavaco Silva numa versão Frankenstein colados por toda a cidade!!! A coisa marcou-me tanto que tive que pegar numa foto do presidente e manipular ligeiramente para ver o resultado. Acho que não é por acaso que aquilo me ficou na cabeça tanto tempo.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

O Z queixou-se que tinha pouca luz. A foto para mim saíu muito boa.
Obrigado
Z.

















feromona, dia 21 de janeiro 2006, sítio do cefalópode, foto:
Z

sábado, janeiro 28, 2006

NÃO HÁ FOME QUE NÃO DÊ EM FARTURA

Quinteto Tati no Maxime

Casa dos Milagres,
anunciava o bilhete. Cortinas vermelhas, mesas na penumbra, algumas reservadas. Um empregado de mesa de camisa branca e colete com tabuleiro redondo de metal na mão, parecia saído do ambiente de cabaré de um policial dos anos trinta. Ele já deve fazer parte da mobília, pelo modo como fala e trata as pessoas, com aquela banalidade no olhar.

Dez euros para um concerto que todos sabiam ser bom, afinal, poucos há que cantam em português e em ritmos quentes a ironia deste povo, com a capacidade de ser apolítico e certeiro ao mesmo tempo. Heranças de Chico há muitas, e ainda bem.
Mudou de nome o vocalista, diz que agora ficará conhecido como Aníbal. Mais uma ironia a juntar-se a outras no decorrer do astuto, envolvente, estupendo espectáculo. E a menção, a dedicação subtil e envenenada seria dirigida a alguém que era suposto não dizer o nome, mas disse-se, era o cavaco, pois então. Vai não vai, sarcasmo atrás de sarcasmo, eis que ele se referia ao agora senhor de todos os portugueses, dos que fazem perguntas difíceis e que não se importam com as respostas que levarão, com certeza, agora e sempre, as mesmas. Respostas avulso. Não eram estas as palavras, era esta a intenção, penso eu. Pois a música que lhe era dedicada era nem mais nem menos que a Gota de’Água de Chico Buarque de Holanda. E quem mais para fazer uma versão deste calibre que um senhor como o J.P. Simões, agora temporariamente Aníbal?

Foi um daqueles concertos para dizer daqui a uns anos: Eu estive lá, naquela noite mais gelada de Janeiro, depois dos canos rebentados, eu estive no serão soalheiro dos Quinteto Tati, debaixo das luzes vermelhas, no micro clima do Maxime.Um piano de meia cauda e um roland para o teclista, um guitarrista, um vocalista sem álcool, um trompetista gentilmente cedido por ele próprio, um contrabaixista, por vezes a tocar com o arco – coisa que me deixa logo rendida – e um baterista em constante cumplicidade com o guitarrista. Uma banda bem disposta, calma, muito singular consolõu o público, alegrou ou foi elixir para a pesada semana.

Duas partes, no intervalo alguém comentaria-
Dez euros e não há meninas?, em tom de brincadeira.
Não há meninas, que a garota agora é a música.

Eles voltaram para a segunda parte com as conhecidas músicas do álbum e não só.
E sabe bem voltar logo para casa, embalado no gingar da perna cruzada e com a memória dos olhares lascivo-doces das meninas sonhando com aquele Tejo, e dos meios sorrisos esboçados pelos rapazes, tudo muito prometedor pois, que é da noite que falamos.

No encore cantou-se de novo o Suor a Fantasia e o Tejo, e também a Gota d´Água, desta vez em carioca.

Todo o dia e toda a noite só
Suor e fantasia
Quem julga que é fácil experimente levitar sobre o Tejo
Turururu turururu turururu rururu
A vida é difícil, sempre foi.


Mas a música, meus caros, está cá para isso.

Esta noite soube a muito.
Já há algum tempo pedíamos uma sala de concertos na cidade, uma sala com capacidade para uma centenazita de pessoas ou talvez mais, uma sala para curar esta longa ressaca.
Ela existe em Lisboa, de quarta a sábado, entre as 22h30 e as 06h00. O Maxime terá música ao vivo, música para dançar, DJ´S, piano bar e os mais diversos artistas de variedades, anuncia o folheto.

A sala está pronta para receber os nossos produtos nacionais, como lhes tem chamado tão frequentemente, agora que está quentinha a lei da rádio, está quente uma casa a substituir o antigo Ritz, tão penosamente fechado. Se Deus escreve direito por linhas tortas, ali a escassos metros do que nos anos noventa foi uma bela sala de soalho e mezzanine para novas bandas, eis que surge o Maxime como uma nova página da música portuguesa.
Estejam atentos à programação, porque não é preciso muito para fazer de uma noite o bálsamo que cura a mágoa ou que aconchega o fim do dia, basta um espaço a meia luz, com boa música.

Dos Quinteto Tati fica ainda o embalo, para adormecer quente entre os lençóis.
E ficamos à espera de mais.

E como de boémios temos todos um pouco, principalmente nesta vaga de frio que já não permite noites de conversas interrompidas na calçada escura do bairro alto, para a semana há mais.
Melo D na sexta e Jorge Palma no sábado.


Dez euros vale muito a pena.
Boa Noite, vou dormir que se faz tarde.
Saudações

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Faltam 9 dias.















ou















ou mesmo

terça-feira, janeiro 24, 2006

FEROMONA ACÚSTICO COM CONVIDADOS

Sábado à Noite, no Sítio do Cefalópode


Cephalopodo, se-fa-ló-po-do, s.m. T. zool. Ordem de molluscos cujos tentáculos estão inseridos em volta da bocca. (Gr. Kephalé, cabeça, e poys, podos, pé)



Havia à porta do bar um Ford Mustang cor de vinho que a má-língua diz ter sido alugado pela banda só para acabar de compor o ramalhete que já havia de convidados e impressionar os espectadores antes destes entrarem no bar. Espectadores animados, diga-se de passagem que também o público fez a noite. Um Mustang? Bolas, isso é que é dedicação!Um belo toque de mestre, devo dizer, seja ele da coincidência ou não. A cereja no topo do bolo.

O molusco, animal de corpo mole, invertebrado, é contudo um animal com muito carácter. Era sábado à noite e o faroeste lisboeta estava frio nos tentáculos do velho castelo. Juntamente com outros caubois tão ou mais loucos que eu, deparámo-nos com um pequeno bar que se chamava O Sitio do Cefalópode. Olhámos uns para os outros e entrámos. É um espaço acolhedor de luz amarelada e mesas baixinhas. Um bar escuro e requintado - poisado sob o balcão estava um pequeno objecto de madeira, uma casa com um pássaro desproporcional à sua frente, o objecto tinha um quê de japonês, e de cada vez que o cauboi pedia um cigarro respondiam:
-vai buscar ao passarinho.
Daí até perceber que por um toque de mágica aquele passarinho ficava com um cigarro no bico, foi outra história. - À frente do bar uma escadaria fazia de segunda plateia para a sala de concerto e ao fundo o palco estava já atulhado de instrumentos.

Da Feromona já nós sabíamos que apesar de ser uma substância produzida por um determinado animal para afectar outros animais, também sabíamos que estava diferente, era acústica, quiçá mais contida, pensámos. Foi tal o engano. E ali, naquela noite, seria o jazz com influências rock, ou rock com influências jazz a afectar os presentes?
-Definitivamente rock,
responderam-me, de sobrancelha arqueada.
E os tentáculos do molusco- prometidos convidados - eram:
José Castro com o Banjo Indiano que avivou as hostes no Vodka logo ao início,
João Roxo a dar um andamento marcado ao Mustang com o clarinete baixo.
João Pinheiro que sublinhou a delicadeza do conto infantil e improvisou no novo arranjo blues do Paquiderme Magrinho com o vibrafone,
Afonso Martins no já afamado violão e
Nuno Reis a dar um toque de pantera cor-de-rosa à coisa com o trompete.
Houve jam session com os convidados, o público estava feliz a conviver com a banda, tudo muito simples, directo, tu cá, tu lá. Um dos ambientes mais porreiros em que estive nos últimos tempos. Há que referir a ironia presente nas letras – a brincar, a brincar dizem-se verdades - e as influências que se fazem sentir, há ornatos, há palma, há mais coisas. Foi bem jogada a união com outras sonoridades. E mais uma nota muito especial para a música nova que logo me captou a atenção, A Dor e a Glória.

A sala, embora não estivesse cheia – cá entre nós isso não quer dizer nada, uma coisa é quantidade, outra é qualidade - estava composta o suficiente com a assistência bem disposta, de copo na mão e cigarro na ponta dos dedos, que se deixou afectar por este novo registo de Feromona.
Este tipo de ventura musical dos amigos dos amigos mais os amigos dos amigos bem podia continuar a acontecer de tempos a tempos.

Mas eu sou só um cauboi no meio de muitos que lá estavam, e não vos maço mais, além disso há terrenos por explorar e ali o meu jolly jumper está impaciente.
O resto foi dancing de Beatles, Janis Joplin e outras loucuras que tais, que como sempre, são dos que lá estiveram. Para os curiosos, cá vai um Lá Mi Ré:
Escada acima, escada a baixo, os caubois perderam chapéus, os índios ficaram sem setas, os passaritos perderam o pio, entraram os irmãos Dalton, transfigurou-se a suposta placidez da casa, e os cavalos, claro, andaram a monte…

E é assim que agora, depois da sesta dormida no refúgio quente do celeiro, cavalo alimentado e novo itinerário desenhado antes de adormecer, é aqui no lusco-fusco da trémula nitidez cerebral que se espera o regresso da Feromona, Rock com influências Rock, bem acompanhados pelos TV Rural. Não tarda nada, vai emergir uma outra noite filhadamãe, noite essa que já se adivinha repleta de índios, piratas, ladrões, camponeses e citadinos, quem sabe até vikings. Tudo uma promessa para o dia 3 de Fevereiro, lá para os lados de Mafra.

Saudações do cauboi
John wayne

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Concerto Quinteto Tati - Maxime dia 27 de Janeiro.
Altamente aconselhável, JP Simões e companhia.
10€ com oferta de uma bebida.
Maxime - Praça da alegria nº58, Lisboa.
mais info: 21.346.70.90 / producoes@banana.com.pt.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Num contexto diferente do habitual, a feromona toca com mais calma mas com a mesma pica.
É com enorme prazer que passo a apresentar os intervenientes da noite de sábado no Sítio do Cefalópode, largo do Contador-Mor (ao Castelo, mapa).

Ao power trio:
Bateria/coros - André Armés.
Guitarra/voz - Diego Armés.
Baixo/coros - Bernardo Barata.

Juntam-se os convidados especiais:
João Pinheiro - vibrafone e percussão.
José Castro - banjo indiano.
João Roxo - clarinete baixo.
Nuno Reis - trompete.
Afonso Martins - violão.

O concerto começa por volta das onze da noite e espera-sa festança.
A entrada vale uma moeda de dois euros.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Repescagem da semana.

Vintage Violence - John Cale (1970)


Depois de estudar música clássica em Londres, Cale foi para NY onde se apegou à música avant-garde estudando e tocando com John Cage, LaMonte Young entre outros.
Nos Velvet Undergound, entre 1995 e 1969 gravou The Velvet Underground and Nico e White Light/White Heat antes de se chatear com o execrável Lou Reed (eu gosto do Lou mas deve ser um gajo bem chato).
Depois desses dois discos altamente influentes para a história do rock, produziu outros clássicos, Funhouse dos Stooges, Horses de Patti Smith e, ao longo dos anos, tocou variados instrumentos em discos de Nico, Nick Drake, William Burroughs, Brian Eno, Gordon Gano(Violent Femmes), Patti Smith, Ian Hunter, Modern Lovers, etc.
Apesar de venerar os Velvet Underground, até há pouco tempo desconhecia quase totalmente os discos a solo de Cale e tenho vindo a comê-los aos poucos. Este é o primeiro a solo de uma discografia que hoje já vai em vinte e tal.
À primeira vista é um disco pop com ar inofensivo mas depois percebe-se que não é para mastigar e deitar fora: dura e rende mais cada vez que toca. Uma misturada de pop e country-rock com orquestrações de luxo, que só podiam vir de alguém com forte formação clássica, e que destoa no contexto musical de 1970. Gravado em três dias, já que Cale é apologista do espontâneo e do improviso ("I taught the band the songs in one day and recorded them the next." terá dito), Vintage Violence foi produzido por Lew Merenstein o mesmo que em 68 tinha gravado muito aconselhável Astral Weeks de Van Morrison.
Para quem andou na porcalhiçe(será com ç ou dois esses?) sónica (no bom sentido) de White Light White Heat ou dos Stooges, este disco é surpreendente porque está muito mais próximo de uns Beach Boys (ouvir Gideon's Bible) ingleses e amantes de country, do que aquilo que cremos ser esse seu habitat natural (isto sem sequer considerar a fase dos drones avant-garde anterior aos Velvet...).
Houve sempre problemas para comercializar a sua música já que muda(va) constantemente de rumo. Para bem ilustrar isso saiba-se que na mesma semana Cale gravou com o minimalista e mago do "ambiental" Terry Riley "Church Of Anthrax", LP que só seria editado em 71. Diga-se de passagem que não tem absolutamente nada a ver com VV, explora free-jazz e rock experimental. A capacidade não só de gravar carradas de discos, mas também de total polivalência estética ainda se mantém hoje.
Vintage Violence não é o seu melhor mas é um bom álbum e quem dera a muitos compositores pop de alto calibre, chegar aos calcanhares de algumas canções deste disco.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

De amanhã a uma semana.

Feromona

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Maquete Feromona

Para quem quer e não consegue sacar do já totalmente sobrecarregado myspace, aqui fica um link para sacar a maquete toda em mp3 zippada e com capa.

* Maquete inteira zippada. CBR 128 Kbs

É preciso carregar no link, escolher a opção free download esperar uns segundos até que acabe a contagem decrescente no ecran para poder fazer o download.

Do Medo No Faroeste

Do medo tenho para contar que ontem de madrugada, por volta das quatro e meia, cinco da manhã, faltou a luz na minha área de residência.
O que nos primeiros dois segundos teve piada, na hora e meia seguintes não teve piada nenhuma.
Primeiro facto: Ao olhar pela janela apercebo-me que mais ninguém deu por falta da luz.
Segundo facto: eu era a única pessoa com uma janela iluminada em todo o deserto suburbano.

Ora bem, os dois factos aliados à minha terrível tendência de encontrar thrillers em qualquer detalhe idiota fizeram com que eu rapidamente entrasse em pânico. Qual cavalo, qual vela, qual lanterna. Eu queria era alguém solidário, acordado. Que me abstraísse dos factos. Depois, é claro que um vizinho se lembrou de chegar àquela hora. Aterrador. Sem comentários. Vá-se lixar. Quase morri de ataque cardíaco. Estes cortes só deviam acontecer durante o dia, com a luz do sol.
Eu sei perfeitamente que isto é absurdo, mas meus caros, qualquer coisa é absurda, principalmente vinda do medo, da fobia. Além disso, a Interpol já cá esteve à procura de um vizinho misterioso que só aparece uma vez por ano e tem carros de gabarito. O homem tem posses e o funcionário da EDP decerto se venderia por poucos níqueis. A única coisa que me acalmava era saber que o possível intruso iria ficar primeiro, intrigado por ver a minha figura de ceroulas e chapéu de cauboi e depois deslumbrado com a beleza do meu querido chapéu, pelo menos durante tempo suficiente para eu fugir ou defender-me com um coto de vela já usada.
Mea culpa. Se não fosse esta mania absurda de ver western spaghettis pela noite dentro, estaria a dormir e provavelmente só algumas horas depois de acordar com duche tomado e café matinal bebido descobriria a falta de luz pelo erro das horas no relógio da mesinha da sala. Iria referir-me ao facto com um desprezível comentário entre dentes, do estilo: “Olha, faltou a luz durante a noite…” e prosseguiria feliz, mastigando a torrada com doce. Bendita ignorância.

Saudações

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Keith

Histórias de canções perdidas.
COCKSUCKER BLUES – THE ROLLING STONES

Em 1970 o contrato com a DECCA Records está a acabar. Falta-lhes gravar uma canção mas eles já estão fartos e querem-se pôr a andar e assinar pela Atlantic Records. À frente da Decca está Sir Edward Lewis um velho chato e conservador. Numa reunião com esse senhor, em provocação Mick Jagger põe a tocar em altos berros a recente demo da canção Cocksucker Blues que conta a obscena história de um jovem estudante solitário que se prostitui em Londres. Legalmente o contracto fica cumprido e óbviamente a canção nunca será editada. É o fim de uma era.

Hoje em dia o single em vinil custa uma fortuna e há algumas edições piratas.
A canção deu mais tarde origem ao título do também infame filme de Robert Frank, que retrata a digressão da banda em 1972 pela América (com Stevie Wonder e Tina Turner como suporte). Esta tour ainda hoje é lembrada como a mais alucinada, provocativa ou inventiva de sempre com deboche de camarins, triunfo de auditório e por aí fora.

No filme, em estilo de documentário pode ver-se tudo aquilo que é cliché do rock de hoje em dia mas que era "inventado" conforme a digressão avançava.
Consumo "gratuito" de drogas com por exemplo a cena do roadie e, se não me engane, um dos gajos da secção de sopros a injectarem-se (e não, não era insulina para as diabetes), copos (ui…), Mik e Kif a enrolarem a nota para darem o traço segundos antes de entrarem em palco, jam session dentro do avião a acompanhar quecas ou Kif e Bobby Keys a atirarem uma televisão pela janela do hotel. Há entrevistas à porta de concertos com a habitual dose de loucura em várias cidades onde se chega a ouvir uma miúda a queixar-se que lhe tiraram o bebé "porque estava sempre em ácido"
O que se pode ver é de tal modo "fora" que a banda baniu o lançamento comercial e consegui que um tribunal proibisse a sua distribuição. Curiosamente, mais tarde, Robert Frank conseguiu os direitos para o poder projectar uma vez por ano, sempre e obrigatoriamente na sua presença…

Tive a sorte de ver o filme que, apesar de pirateado vezes sem conta, não é fácil de obter.
Além do acima referido há também umas poucas imagens ao vivo que em alguns casos impressionam, talvez mais se pensarmos na pedrada da banda. Há o tédio, confusão e raiva acumuladas de quem dorme todos os dias num sítio diferente, sempre há espera de mais loucura, de mais música e com dinheiro à fartura.
Jim Jarmusch diz que é um dos melhores filmes sobre rock and roll de sempre porque faz pensar que ser uma estrela de rock é talvez a última coisa que se poderá querer ser.
Apesar da fama monumental dos Stones em 72, através da lente de Frank pode-se a realidade do que se estava a passar e testemunhar num nível geral o fim dos sixties e por outro lado o íntimo do mito rock. O agarranço de Richards à heroína, os stresses inevitáveis entre Mick e Bianca, a sua mulher de então que imediatamente realizamos estar completamente fora de contexto no meio da javardeira generalizada. E ainda o quanto Mick e Keith sabem planear e manipular a sua imagem de gajos fodidos.

Conclusão, um filme que em teoria deixa água na boca ao juntar um fotógrafo/realizador de culto com maior a banda de rock no seu auge, e na prática, mesmo sem ser o que se espera (porque só visto) acaba por ser um documento genial de uma época.

Informação sobre o filme no IMDB

Cocksucker Blues (Jagger/Richards)

Well, I'm a lonesome schoolboy
and I just came into town
Yeah, I'm a lonesome schoolboy
and I just came into town
Well, I heard so much about London
I decided to check it out
Well, I wait in Leicester Square
with a come-hither look in my eye
Yeah, I'm leaning on Nelsons Column
but all I do is talk to the lime
Oh where can I get my cock sucked?
Where can I get my ass fucked?
I may have no money,
but I know where to put it every time
Well, I asked a young policeman
if he'd only lock me up for the night
Well, I've had pigs in the farmyard,
some of them, some of them, they're alright?
Well, he fucked me with his truncheon
and his helmet was way too tight
Oh where can I get my cock sucked?
Where can I get my ass fucked?
I ain't got no money,
but I know where to put it every time

sábado, janeiro 07, 2006


Filarmónica Fraude - Epopeia (Edição Original em LP PHILIPS, 1969)

Para quem quiser conhecer esta banda portuguesa e, como eu, não consegue encontrar nem a re-edição em CD nem o vinil. Sacai aqui: http://rapidshare.de/files/10045882/epopeia69.zip.

Obrigado a ratorecordsblog.blogspot.com que está constantemente a disponibilizar música "perdida".

quarta-feira, janeiro 04, 2006

feromona!
update feromona - janeiro 2006

concertos:
estamos a preparar concerto acústico dia 21 de janeiro no
sítio do cefalópode (programação do mês). será uma cena diferente em que além dos três haverá convidados. será bonito de certeza. e apesar de ser unplugged e mais calmo alguém se vai embezanar.

depois disso, sexta-feira dia 3 de fevereiro, vamos a mafra (sobreiro - sede do desportivo) com mais uma banda por confirmar tv rural e d kid (discos e não só).

gravações:
vai haver umas gravações novas. não sei é quando. deve ser este mês. é este ano de certeza. a balada do encore vai ser muito badalada. a dôr e a glória não me sai da memória e o manifesto pessimista até faz cantar o electricista.

* atenção: base da imagem descaradamente roubada de uma obra de Roy Lichtenstein *

terça-feira, janeiro 03, 2006

Bom ânus Sr. Presidente.
(resultado final do inquérito relativo ao supositório natalício da baixa lisboeta)


No rabo.